quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

FESTIVAL TAL - 2010


 
Correntes
Eu livre sou,
Para ir, para vir,
Dar e receber amor.
Esse direito, tenho eu,
Tem você,
Mas vejo tantas correntes
A nos prender.

Correntes reais
Que de tanto a gente ver
Nem nos surpreendem mais.
Mas elas prendem a todos,
Só que com nome, força,
E motivos não iguais.

Correntes da pobreza
A que me prende pela falta
Pelo não ter nada.
Por estar pedindo esmolas
Naquela calçada
Exposta até levar na face cusparadas.

Corrente de fome que me deixa enfraquecida
Minhas irmãs crianças,
Dessa necessidade
Não estão achando saída.

Corrente do egoísmo
Só me preocupo comigo
Os outros estão tão feridos
E eu não me importo com tudo isso.

Corrente da violência
Que a me prender está
Tenho medo de casa sair
Porque não sei se irei voltar.

Corrente da ganância
Quero mais, muito mais
Quero mais rica ficar
Não quero nem saber
Se tem gente com fome
Sofrendo a chorar

Corrente da miséria
Ando de pés no chão
Não tenho casa, pego comida
Naquele lixão

Corrente da incredulidade
Não vejo esse “tal” Deus
Não acredito nos prodígios e feitos seus
Estou sem razão para viver
Mas o dinheiro há de me preencher

Corrente do abandono
Não tenho pai
Minha mãe morreu
Sou causa daquela bala perdida
Eu pelas drogas, pelo roubo
Pela prostituição estou sendo envolvida

Corrente do preconceito
Eu querendo minha vida melhorar,
Só preciso de uma oportunidade
Para meu potencial mostrar

Fui naquela empresa
Uma entrevista fazer

Disseram-me que meu
“tipo físico”, não se enquadra
Para esse tal trabalho exercer

Correntes que nos prendem
Correntes que nos deixam de tantas coisas privadas
Correntes que permitem que sejamos novamente escravizados

A Lei Áurea permitiu que as correntes fossem abertas de verdade.
Mas para nós hoje é real,
É completa essa tão falada liberdade?


                 AUTORA: ELAIANE DOS SANTOS                 
1ª SÉRIE ENSINO MÉDIO MATUTINO

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